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Friday 31 July 2015

Paralelo

7/31/2015 0 Comments


O mundo em si,
uma vala
de um lado a arrogância
de outro lado
Todo a ignorância do inteligente
Cadê o saber?

Pule, se jogue no infinito
Não seja só mais um finito
Fora da vala...
Se suje, lambuze, abuse
Há mais saber na lama
do que em um livro...

Samuel M. Pinheiro.

Thursday 30 July 2015

A garota nova da sala. Parte V

7/30/2015 0 Comments

Tentando aprender com os erros do passado.


Ela estava diferente hoje...
O seu cabelo estava charmoso,
E ela estava lindamente bela naquele vestido.
Quando ele a olhou, só queria gritar:
— VOCÊ ESTÁ INCRÍVEL!
Mas tudo o que disse foi um “oi”,
Assim, bem tímido, sem levantar suspeitas.
Havia uma nova garota,
E ele sabia que quando aparecia uma nova garota,
Tinha de se ter velocidade,
Se não vinha outro mais veloz e a alcançava,
E todos os seus esforços teriam sido em vão.
Não adiantava, então, ficar a admirando ao longe,
Não adiantava ficar pensando nela,
Não adiantava ficar sofrendo toda vez que a via ir embora...
O garoto tinha de agir. Tinha de fazer alguma coisa.
Mas o quê? O que ele poderia fazer?
Toda vez que ele se aproximava as palavras fugiam de sua boca,
Toda vez que ele chegava perto o seu coração brincava em seu peito,
Toda vez que puxava um assunto, logo este evaporava.
Ela era muito para ele. Talvez fosse isso...
O garoto começou a fazer diversas indagações a si mesmo,
Perguntando-se se era capaz... Se teria coragem...
“Para tê-la você terá de dar o máximo de si...” uma voz sussurrava
“E, mesmo assim, poderá dar tudo errado”
O pessimismo era mais forte.
O que fazer, então? O que fazer para conquistá-la?
Havia muitos obstáculos por quais o garoto ainda tinha de passar.
Será que ele conseguiria desta vez?
Ou seria, mais uma vez, um fracasso?
Ele queria era dar a volta por cima,
Mas admitia... Era difícil.
— Mas não impossível! Vamos lá, coragem!
A garota estava ali, a apenas alguns passos de distância.
Tudo o que ele tinha de fazer era ir até ela,
Para começar, apenas fazer um elogio.
“Direi algo gentil hoje. Serei um cara legal”
A mudança teria de começar de algum lugar, afinal.
Então o garoto encheu o peito de ar, tomou coragem,
Levantou a cabeça e começou a andar em sua direção,
Pedindo licença para as dezenas de pessoas
Que cruzavam o seu caminho naquele salão.
As pessoas se afastavam, enquanto ele chegava mais perto,
Até que, enfim, estava ali, diante dela.
Era só ele abrir a boca.
Era só ele dizer o significado de tudo aquilo...
Mas foi tarde demais.
A garota se ajuntou a suas amigas e foi embora,
Sem olhar para trás, sem se despedir dele,
E foi o fim.
Mais uma oportunidade perdida.
Mais um fracasso na sua vida.
Felipe Ferreira

Wednesday 29 July 2015

Consulta sentimental. Parte I

7/29/2015 0 Comments
Sobre aquela garota


Meu Coração e minha Razão estão tendo uma conversa muito séria neste instante.
A Razão, sentada à sua mesa, em seu escritório, analisa todos os documentos que tem em mãos. O Coração está sentado à sua frente, esperando...
— E então? — o Coração pergunta.
— Temos um problema sério aqui... Não sabemos se estamos apaixonados, se é apenas algo passageiro ou se essa é o tipo de garota com quem queremos nos casar... Faz quanto tempo que estamos com esses sintomas?
— Há um pouco mais de um mês.
— E ainda estamos assim?
O Coração fica aflito.
— É muito grave?
A Razão dá um grande suspiro, ainda analisando os papéis sobre a mesa.
— Pelo que vejo aqui, já deveríamos saber o que estamos sentindo...
— Mas por que essa incerteza?
A Razão vai até a gaveta mais próxima, retira uma pasta e começa a analisá-la com calma.
— Hum... Aqui está.
— O que foi? — o coração indaga, assustado.
— Aqui estão nossas lembranças... Nossas últimas experiências sobre esse mesmo assunto não foram nada boas. Por isso estamos tentando fugir de tudo. Por isso não queremos uma resposta. A verdade é que estamos com dúvidas sobre o amor.
— Mas nós a amamos, não é?
— Por que acha isso, Coração?
— Eu sempre fico acelerado quando a vejo, ou quando falo com ela...  e eu quase paro de funcionar quando a gente se abraça.
— Ok... Mas eu não sinto nada disso.
— Nada?
— Nadinha! Então não. Não pode ser amor.
— Mas eu sinto que é com ela com quem devemos ficar. Toda vez que ela sorri para mim ou me olha com aqueles olhinhos lindos e fofos, eu fico maluco!!
— Ok... Mas eu não.
O Coração se indigna:
— Como não?!
— Não sei. Aliás, não sei de nada. Aliás, só sei que nada sei.
O coração tenta se acalmar. Quando consegue, faz a pergunta que tanto o incomoda:
— O que você sente, então?
A Razão para de analisar os papéis sobre a mesa e resolve falar tudo sem rodeios, ser direta ao ponto, para não deixar nenhuma dúvida no ar.
— Sinto que não dará certo e que deveríamos esquecê-la agora, pois se ficarmos adiando, será muito pior para nós dois.
— Mas esquecê-la sem ao menos tentar? Razão, você não está pensando direito!
— Não, você não está entendendo, Coração... Sou eu que penso aqui.
— Não podemos fazer isso! Temos que tentar!
— Eu já disse: Sinto que não dará certo. Ela nunca nos corresponderá, coloque isso na sua cabeça! E eu não estou a fim de perder essa amizade, tão boa que construímos até aqui.
O Coração, não acreditando no que acaba de ouvir, explode de raiva.
— Não importa o que você diga, estou nem aí! Eu vou continuar batendo cada vez mais rápido quando vê-la.
— Não pode fazer isso! Não me desobedeça, Coração, será melhor para nós dois.
— Você não manda em mim!
A Razão abriu a boca para retrucar, mas não havia nada para rebater. Só restava concordar com ele.
— É... Desta vez, você tem toda a razão.

Felipe Ferreira

Tuesday 28 July 2015

A nova garota da sala. Parte IV

7/28/2015 0 Comments
Porque insistimos em nos apaixonar pelas pessoas erradas.



Foram várias as garotas que passaram diante de seus olhos.
Tantos olhares...
Tantos sorrisos...
Diferentes conversas com cada uma delas.
Ele apenas tinha um sério problema:
Achava que a vida era como The Sims,
Que todo grande namoro
Começava de uma grande amizade.
Mas quando ele se aproximava, decidido,
A fim de dizer toda a verdade,
A resposta era sempre a mesma de sempre:
— Somos apenas amigos. Não estrague isso.
Ele soltava um palavrão.
Não adiantava mudar, aquilo era dele,
A mesma armadilha plantada pelo seu coração.
Ele sempre tinha de se apaixonar por uma de suas amigas.
E tinha de dar errado. Ele sempre tinha de sofrer.
Ele sempre tinha de sair machucado.
E muitas dessas vezes, antes de ocorrer, ele já sabia do resultado.
— Não dará certo, a Razão, sábia, dizia.
Mas o seu coração, cego e acelerado, insistia.
— Ah, ela é bonita... Ela é uma garota legal...
E daí? Você vai sofrer, seu animal!
Tantos olhares...
Tantos sorrisos...
E o garoto ainda ficava perdidamente apaixonado,
Aflito, angustiado, sem saber o que fazer...
Justo por ela,
Justo por aquela,
Que não se importava, que não ligava, e que pouco se lixava
Para sua presença.
Enquanto a garota nova da sala,
Que o olhava e o admirava todos os dias,
Que passava o dia inteiro pensando nele,
Que à noite, por sua causa, mal dormir conseguia...
Esta igualmente sofria,
Agarrada ao amor platônico
A quem muito bem o garoto conhecia.
Felipe Ferreira
Parte III << Leia >> Parte V

Saturday 25 July 2015

Estou te esperando

7/25/2015 0 Comments

Chegue,
Chegue mais,
Ajunte-se ao calor do meu corpo.
Fique aqui, comigo, no silêncio.
Não precisa dizer nada.
Está tudo bem. A sua presença basta.
Chegue,
Chegue mais perto,
Faça nossos braços se tocarem,
Mesmo que seja apenas por um instante.
Quero dizer o quanto você é importante.
Chegue,
Um centímetro de distância é muito longe,
Dê mais um passo,
Aproxime-se mais.
Encoste seus ouvidos em minha boca,
Deixe-me dizer o que estou sentindo.
Chegue,  
Quero lhe mostrar esse olhar,
Quero fazer com que perceba todo este amor!
Chegue,
Chegue mais e mais! Venha!
Venha para os meus braços
Braços de quem quer te ver bem.
Deixe-me fazer você se sentir segura.
Mostre-me esse seu sorriso mais uma vez,
E coloque aquela paz em mim,
A qual só você consegue colocar.

Felipe Ferreira

Friday 17 July 2015

Manhã - Parte I

7/17/2015 0 Comments
Café da manhã



Hoje, quando acordei, decidi fazer um café da manhã.
Não aquele, cotidiano, chato, fraco. O café da manhã.
Pensei comigo mesmo: como seria esse café da manhã?
Não tive respostas.
Parti para o improviso. Ao avistar o Toddy, passou-me a ideia mais insana que já tive: e se, por apenas um dia, eu usasse duas colheres rasas de Toddy ao invés de apenas uma?
Nunca ousei. Ninguém ousa usar duas colheres do doce achocolatado em apenas um copo de leite.
Ousaria, eu, passar a risca?
Quem mais, neste mundo, teria a ousadia de fazer isso?
A resposta veio clara em minha mente, apenas uma pessoa: eu.
Foi quando tomei todas as atitudes necessárias pra que a minha criação viesse à realidade.
Copo médio de vidro. 250mls de leite integral. DUAS colheres de achocolatado.
Fiz a mistura e a fiz criar vida, fazendo movimentos rotativos com uma colher de sopa.
Lágrimas caiam do meu rosto ao ver que eu havia sucedido no experimento.
Ao beber, notei extrema doçura em um copo único de leite.
Enjoei.
Joguei Fora.

[Mikio]


Thursday 16 July 2015

A garota nova da sala. Parte III

7/16/2015 0 Comments
Ela até pode não ligar para isso. Mas é uma grande vantagem.



Ela tinha uma paixão absurdamente anormal pela música.
E ele sempre a via tocar e ficava admirado com seus dedos ágeis.
“Um dia espero tocar como ela”, o garoto dizia a si mesmo.
Ela era boa em muitas coisas que iam além daquilo,
Sim, mas música era vida. Música era tudo.
E ser uma musicista a tornava uma garota especial.
Não mais uma garota comum. Tocar não era uma simples habilidade.
E a música estava no seu sangue, ele podia enxergar.
O garoto fez um desejo no silêncio.
Desejou ser tão bom quanto ela, para um dia poder impressioná-la.
Passou dia estudando as notas, dias estudando aquele instrumento.
Passou a dar o melhor de si em algo que nunca imaginou fazer antes.
Ele podia fazer aquilo.
— Vou compor uma música.
Afinal, que garota resistiria àquela forma de amor?
Uma música só para ela... Uma música que falasse tudo o que sentia...
O garoto trabalhou duro nisso, todos os dias.
Noites em claro... Ele mal dormia.
Mas no final tudo valeria a pena. Ele sabia.
Só não entendia como tal paixão pode surgir assim, do nada.
— Mas nada surge do nada, surge?
Ele por muitas vezes ficava confuso.
Porém, não desistiu. Continuou compondo sua melodia.
Ela ficava melhor a cada dia.
O garoto queria uma obra-prima. Porque era isso o que ela merecia.
— Algo perfeito para a garota perfeita.
E depois de dias após dias de trabalho, ele finalmente descansou.
A música estava feita. Pronta para ser ouvida.
Ele por um instante se lembrou daquele sorriso...
Daqueles olhos...
Queria-os o mais depressa possível.
Esperou pelo dia perfeito e pela hora certa.
Nada poderia dar errado.
Nada poderia falhar.
Aquela garota teria de ser surpreendida,
Ficar admirada,
E então se alegrar.
Afinal, era a música perfeita...
— A música perfeita...
Então por que é que tinha tanto medo?
O garoto se lembrou de suas outras decepções amorosas,
De suas falhas...
Daria certo, afinal?
Chegou a dúvida.
Juntamente com ela, o dia e a hora marcada.
Ela olhou para ele com aqueles olhos meigos.
Ela sorriu com aquele sorriso que o encantara da primeira vez.
“Quando é que ela ficara tão bonita?”
“Ela sempre foi”.
O instrumento estava em suas mãos...
As luzes apontavam para ele...
Tudo o que tinha de fazer era cantar para ela.
Mas a garota passou direto.
Não olhava para ele, afinal.
Não sorria para ele, afinal.
“Como você está linda”, o outro cara disse.
“Obrigada”.
E ela entrou em seu carro, indo embora para sempre...
Não tinha o que mais fazer
Os garotos de quatro rodas sempre ganhavam.
Ele, então, pegou a sua canção e a guardou,
Bem lá no fundo, onde ninguém podia chegar,
Senão ele.
Aquela canção não seria ouvida por mais ninguém.

Felipe Ferreira

Wednesday 15 July 2015

A garota nova da sala. Parte II

7/15/2015 0 Comments
De onde vem a felicidade?



Ele estava feliz daquele jeito.
A felicidade agora era uma parte dele.
— Não precisamos de ninguém para ser feliz.
Ele aprendera. A felicidade vinha de seu interior
Agora ele sabia do que precisava
E não tinha nada a ver com um novo amor.
Era só estar de bem com a vida. De bem consigo mesmo.
Ele queria viver.
— Chega de sofrer!
Então colocou em uma caixa todas as suas memórias,
Juntamente com todos os sentimentos que o levavam a um abismo.
Se apaixonar não era o melhor caminho.
“Vou pensar mais no meu futuro, focar na minha carreira”
O garoto não queria mais se machucar.
Não queria ouvir mais as mesmas respostas.
— Somos apenas amigos.
Aquilo machucava. E muito.
E não sabia o quanto que o seu coração podia aguentar.
Achou melhor não arriscar.                                       
O garoto continuou com seu plano,
Feliz consigo mesmo, sem precisar de ninguém para isso.
Os dias se passavam...
E a cada dia ele estava mais certo de sua decisão.
Muitas vezes era melhor ficar sozinho.
Muitas vezes apenas a companhia de seus amigos bastava.
Outras vezes ele tinha uma pequena recaída no plano,
Mas não demorava muito e sua consciência voltava.
Para que um amor agora?, ele se perguntava.
Disto ele estava certo:
Ele não precisava.
Até uma garota nova entrar pela porta.
Nada muito de diferente das outras,
Nada de segredos ou mistérios,
Era apenas uma bela garota.
Mas bastou um olhar e um sorriso,
Umas poucas palavras
E um simples toque.
Foi o bastante para o garoto esquecer todo o seu plano
E se entregar novamente ao amor.

Felipe Ferreira
Parte I << Leia >> Parte III

Tuesday 14 July 2015

A garota nova da sala. Parte I

7/14/2015 0 Comments
É proibido se apaixonar.



Ele apenas queria saber por que a amava tanto...
Não podia amá-la um pouquinho menos, para não se machucar depois?
Amá-la, é claro, não era de todo ruim. Mas seria. Ele sabia.
Porque no final ele sempre se machucava,
Ao iniciar a sua busca por um novo amor.
Olhava o céu, atento à sua volta, querendo saber o que viria a seguir.
Qual seria o seu próximo passo?                                              
— Não há nada a fazer. Você vai perder.
As pessoas iam contra ele. Seus pensamentos também.
Tudo e todos diziam que ele não conseguiria, que ela era inalcançável.
Talvez tivessem toda a razão.
Como é que ela podia, então, ser tão bela, a ponto de ganhar seu coração?
Ele já estava cansado de ilusões. Não queria mais saber dessas paixões.
— O que eu faço para esquecê-la?
— Mas você nem tentou...
— Não precisa.
Dentre infinidades de sentimentos, o que sentia por ela o movia...
Um dia até pensou que era possível que ela se apaixonasse por ele.
— Pobre homem tolo!
Aquilo era irreversível. Um caminho sem volta.
O garoto se afundava cada vez mais em sua paixão...
— Se você se apaixonar por ela agora.... Será tarde demais...
O garoto sabia. E, mesmo assim, confirmou:
— Eu a amo.
Sem mesmo saber o que era amor.
— Já fizemos isso antes...
— Estou nem aí.
A verdade é que ele apenas queria aquele sentimento para si.
Era como se houvesse a necessidade de estar apaixonado por alguém.
“Você precisa disso. Você precisa! Apenas o faça!”
Mas sabia que não haveria coragem o suficiente para se declarar....
Seria como na última vez...
— Ela estará com outra pessoa antes de você fazer qualquer coisa.
Seus pensamentos nunca o enganavam. Estavam sempre certos.
Mas o pobre garoto não queria seguir a razão.
Decidiu seguir os tolos passos de seu coração.
— Não vai dar certo. Ambos sabemos que não dará...
— Estou nem aí. Não preciso tentar... Eu só quero alguém pra amar.
E lá estava ele, mais uma vez, apaixonado, iludido.
Disposto a sangrar se fosse preciso.

Felipe Ferreira. 

Friday 10 July 2015

Velocidade

7/10/2015 0 Comments
Olho ao meu redor,
Borrões de tinta, que trocam o tempo todo de cor,
Passam em branco.
A cidade passa que nem me olha.
Ninguém me percebe.
Ninguém me nota.
É como se meu corpo estivesse sozinho no mundo.
Olhares se esbarram nos meus, mas passam desapercebidos.
Não se vão nem dois segundos.
E é com se nunca tivessem existido.
Nada para. Tudo se move,
Depressa demais para notar alguma coisa e depois se lembrar disso.
Não é preciso.
É preciso?
Com tanta velocidade, ter precisão fica cada vez mais difícil.

Wednesday 8 July 2015

Sentir (inspiração)

7/08/2015 0 Comments


Prefiro me perder em ”desconceitos”
Prefiro me perder desconexo
Prefiro me perder...
Em você!

Deixa eu me perder !
Me perder nesses belos olhos verdes
Deixa eu me perder nas curvas de sua boca,
Me perder!

Posso viajar na sua loucura,
Me fazer sã em sua sanidade...
Me fazer alegre no teu sorriso,
Na tua tristeza tirar um riso
No teu choro me fazer rio...?

Deixa eu deitar no teu peito,
Escutar teu silencio
E sentir teu coração bater
Pulsar, e me fazer pulsar...?

Afague suas mãos em meus cabelos
Afague meu rosto
Afague meu gosto
Afague minha vida!

Samuel M. Pinheiro

Tuesday 7 July 2015

Desejo

7/07/2015 0 Comments


Teu corpo estrada
Tuas curvas, desejos
Doce vontade, carnal
Mochileiro me tornar
Adentrar e deslumbrar
Tuas ruas...
Toda nua !

Tuas flores, arrepiar
Ao sentir e cheirar
Perfume que exala
Leveza extraordinária
Me fez voar...

Amor,
Viagem,
Paisagem,
Na friagem do dia
Na noite em ti me esquentar.

Samuel M. Pinheiro

Monday 6 July 2015

Um erro

7/06/2015 0 Comments


A distância mata.
Morro de amores.
O espaço nos afasta,
Eu sofro em silêncio
Com o espaço
Entre nós.
Mais um passo para trás
E eu morro.
Mentira,
Tudo ilusão.
Eu não ligo,
Não sinto.
Apenas engano.
A mim mesmo, relaxa.
A distância nos afasta.
Você estará segura
Mais longe de mim
Do que agora.
Porque uma coisa eu sei,
Baby,
Eu não nasci para te amar.
O tempo todo acreditei
E tentei,
E forcei.
E estraguei
Todo esse tempo
Que não tem como
Voltar atrás.
O amor que eu falava
Não era esse tipo de amor
Da carne.
Era um amor natural,
O qual naturalmente sinto
Por todo o mundo.
Não se irrite comigo
Apenas abra sua mente
Abra os olhos,
E descubra a verdade
Pelas entrelinhas.
Olhe para mim,
Nos meus olhos que mentem,
E desmascara-me na frente
De todos aqueles
Que eu amo.
A distância mata.
A distância nos afasta.
E não nos afastamos
Quando estamos longe;
Afastamo-nos quando
Estamos perto,
Não conectados,
Mesmo quando abraçados.
No calor do seu corpo,
Não sinto,
Eu minto,
Engano.
Está tudo errado,
Eu digo.
— Está.

Felipe Ferreira


Saturday 4 July 2015

O Príncipe. Parte II

7/04/2015 0 Comments
Estar onde é mais seguro            
              

Ela caiu no mar. Podia sentir a água salgada em seu rosto.
Podia ver, em tons de azul, as coisas fora de seu lugar.
Estava viva. Mas por quanto tempo?
A cada segundo que passava, mais a garota afundava.
Enquanto isso, ela se lembrava. De todas suas mágoas,
De tudo que a assustava...
De todas as pessoas que, mesmo agora, não lhe faziam falta.
— É melhor assim, uma parte dela dizia.
Já a outra queria viver o que ainda não tinha vivido.
As lembranças ainda sussurravam em seus ouvidos...
Suas amigas tinham tudo o que queriam ter:
Casa enorme, joias, correntes e belos vestidos.
Elas, umas princesas. E ela apenas sonhando em ser.
— Aqui príncipes encantados não existem.
Mas princesas, sim. Ela as vira crescer.
E enquanto umas se tornavam rainhas,
Outras nem tinham o que comer.
A vida é cruel? Não para ambos os lados.
— Você vai morrer assim, como uma donzela em perigo
Que não encontrou o seu príncipe encantado.
— É esse o meu destino, afinal? A moça se perguntava.
Não era. Ela só estava longe de casa.
Na verdade não precisava de príncipe nenhum.
Mas ele chegou, em um passo de mágica:
Desprovido de beleza, sem nem um tostão,
Apenas no seu barquinho, lhe estendo a mão...
Estava.
A garota Subiu à superfície;
Respirou como se fosse a primeira vez.
— Eu não vou morrer? perguntou.
— Quem disse?
O moço sorriu e toda tristeza se desfez.
Ele não é nem príncipe, pensou.
“E você nenhuma princesa.”
Os dois, afinal, combinavam, em toda sua essência e beleza.
O que faz de um homem um príncipe, afinal?
Ele a salvara, era um herói!
Príncipe não se cria. Príncipe se constrói.
O que é a beleza perto de um ato?
O que é a riqueza comparada ao amor?
— Você está bem? — Estou.
Agora ela estava.
Estava decidida a viver o seu próprio conto de fadas.
Iria com aquele pescador pelo mar,
Buscar novas aventuras, novos desafios.
Iria enfrentar o que quer que fosse,
Ignorando quaisquer calafrios.
Chegaria um novo dia. Não tardaria.
Ela não mais donzela seria.
Dormiria menina e acordaria mulher.
— Agora você pode ser quem você quiser.
Felipe Ferreira

Friday 3 July 2015

O príncipe. Parte I

7/03/2015 0 Comments
Entrada para as possibilidades.



Doce esperança. A janela se abria para o mar.
O sol adentrava no quarto, espalhava-se pela sala.
Em cada canto, em cada lugar... A garota esperava.
— Não vou embora. Vou ficar.
Ela esperava o seu príncipe. Esperava o seu amor.
Aqueles cavaleiros, aqueles heróis...
E ela, como uma donzela em perigo, só precisava de um abrigo.
De um protetor!
— Você vem, não vem? — ela perguntou.
— Eu vou.
Mas o sol já ia se pôr. O último pássaro na noite voou. E nada.
Como sair pelo mundo afora? Como se aventurar sem um amor?
A última luz da casa se apagou.
— Cansei.
O sol novamente raiou. Era um novo dia. Sua consciência dizia:
— Vai mesmo assim desistir?
Assim como, menina? Deus sabe o quanto essa garota se esforçou.
— Eu vou.
A garota abriu a janela, se curvou.
Era lindamente alto dali de cima.
Ela olhou para trás, para o seu passado sombrio. Havia medo...
Daria uma boa queda.
Quem se importaria com ela? Ele não viria...
E a pobre donzela? Não tardaria... Morreria.
Sem protagonistas de filmes ou novelas, a garota vivia no mundo real.
— Não existem príncipes encantados, minha filha.
Era o que sua mãe sempre dizia.
Para que viver então? Para sofrer de amor? Sonhar com aquele que nunca voltou?
Por que existir sorrisos, senão para sorrir?
Olhares só servem para atrair... E trair.
Mentira não é apenas mentir. Não confie.
— Cansei.
A garota deu mais um passo.
— Se você cair, eu vou junto.
Seus pensamentos estavam com ela. Não queriam se perder para sempre.
— Está mesmo desistindo do amor?
— O amor não existe.
— Como pode ter tanta certeza?
— Eles são todos iguais...
Mentira. Ela não podia saber. Havia sido ele apenas o primeiro.
— Não dá mais.
— Dá sim.
Entretanto, já era tarde.
O sol já não raiava com tanta força.
Suas pernas pararam de tremer.
O medo a deixou.
E a garota, com toda força de vontade,
Pulou.
Ela,
Como
Nunca
Antes,
Voou.

Felipe Ferreira

Thursday 2 July 2015

Que nos deixem em paz

7/02/2015 0 Comments


Ah, menina...
Como é que pode
Tanto os teus olhos
Quanto o teu sorriso
Me fazerem sentir o que sinto?
Não importa o que falem,
Não importa o que digam,
Eu não ligo.
Estou nem aí para eles.
A inveja deles me irritam.
Coitados! Olhe só para eles,
Ficam ainda mais irritados
Quando veem você comigo.
Nós dois causamos muita inveja.
Eu sei, eu sei...
Talvez porque poucos possam saber
O que é que estou sentindo.
Um sentimento indescritível
Que talvez eles nunca experimentarão.
Coitados! Olhe só para eles.
O que é que tem estar por você apaixonado?
Afinal, não é todo amor que começa de uma amizade?
Não acho que seja um pecado,
mas muito pelo contrário,
Acho que é de Deus. Um amor de verdade.
Se Ele colocou você em meu caminho,
Não pode ter sido por pura coincidência,
Ele sabe muito bem o que faz,
Com toda Sua onipotência.

Felipe Ferreira

Wednesday 1 July 2015

Ainda sou menino (Criança)

7/01/2015 0 Comments


Aqui abro meu coração
Sou menino
Sou pequeno...
Meus pequenos passos tortos
Ando,
Por essa vida toda desregulada.

Minha barba cresce todo dia
Ainda sou menino
Ainda sou pequeno
Meus passos, agora mais largos,
Ainda continuo nessa vida toda desregulada...

Os compromissos me impedem
Fecham minha criatividade
Me colocam entre pontos;
“Ponto A e ponto B”
E sempre com o aviso:
Não exceda seu limite!

Sinto dor ao caminhar...
Ainda sou menino
Ainda sou pequeno
Ainda sonho em voar!

Tempo livre,
Vou por meu cérebro pra brincar
Vou fazer pipa, que papai tanto gostou de me ensinar
Vou fazer vida,
Onde papai tanto gostou de me ensinar a voar
Sorrir e fazê-la voar!

Samuel M. Pinheiro