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Tuesday, 25 August 2015

Viela




Lá de cima, avisto-a. Olho para além de minha janela.
Observo-a vazia, distante e solitária, esperando você passar por lá.
Uma nuvem me acompanha, pacientemente,
Às vezes chorando comigo, às vezes dizendo-me o que fazer.
Mas por mais que eu tente, não consigo.
Parece que tudo o que eu faço impede de a magia acontecer.
Revejo meus passos, relembro de nossas falas gravadas em um pedaço de papel.
Conversas e boas ideias trocadas em frente à sua casa, debaixo do mesmo céu.
Sua mãe e seus dois filhos.  Você e seu primo.
A gente rindo sem parar, sem mesmo saber o motivo.
O prazer de estar contigo, de olhar nos teus olhos, ouvir tua voz, sentir o teu riso.
Coisas singelas que me levam à felicidade.
Simplicidades que me fazem ser quem eu sou de verdade.
No silêncio me escondo, guardo o que sinto em um beco escuro, sem ninguém saber.
Não vejo a necessidade.
Por mim continuamos assim, você e eu, sabendo que estou seguro com sua amizade.
Pois assim posso ver seu sorriso sincero, sem falsidade,
Em uma magia só minha, em um mundo onde tudo o que há é lealdade.
Continuemos assim, de mão dadas, sem você saber, enquanto ainda me abraça forte,
Enquanto ainda me chama pelo apelido,
Enquanto ainda meu nome não vaga pelo espaço, perdido,
Enquanto ainda conversamos, e ninguém sofre de coração partido.
Deixemos tudo como está:
Deixe que eu te acompanhe até em casa, que eu carregue o seu instrumento,
E que façamos a mais perfeita e humilde canção.
Deixe nossas ruas interligadas, como paredes do mesmo apartamento,
E que minha viela passe a dar de frente ao seu portão.
Que a nuvem vá embora, e que se faça dia,
Que você finalmente passe por aqui... E eu GRITE de alegria!
E que seja tudo uma coisa só, uma só magia,
Sem que eu precise dizer que te amo,
E sem você precisar dizer que também.

[Felipe Ferreira]

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