Follow Us @soratemplates

Friday, 14 August 2015

Passarinho



E o passarinho que antes rasgava o céu
Prefere, atualmente, andar cabisbaixo.
Ele mesmo diz cobrir mais chão de passo em passo
Que com o voo desavisado.
Outrora, mencionava-o como despreocupado.
E quando o fazia, não reparava
A liberdade expressa inconsciente
Que lhe fechava os olhos revivendo
A experiência que, um dia, o faria tão contente.
Mas tais atitudes discrepantes,
Levantam curiosidades sobre os acontecidos
Que marcaram o fim de uma era e início de outra parte.
Em frente à indagação,
Sua resposta era sempre única, apesar de abrangente:
Quanto mais alto for, maior o tombo.
Haviam aqueles que diziam que isso era besteira.
O primeiro é que tem mais peso. O segundo, deve-se ser esquecido.
E existiam outros que chamavam de doidos,
Os que simplesmente fechavam os olhos
Em frente a aquilo que, infelizmente, em sua concepção os fazia de tolos.
E, então, dois extremos apareceram:
Aqueles que focam no voar e aqueles que focam no cair.
Mas o que dissolvia a discussão,
Era a inexistência de um sem o outro.
Não existe vôo perfeito, nem uma queda sem um primeiro sucesso.
E aquilo que se dava em opostos, na verdade, juntos, o fazia completo.
A ignorância desse simples fato, dividia os experientes assim:
Iludido é aquele que sonha em voar para sempre.
Infeliz é aquele que não ousa voar na certeza da falha.
Quando se procura a verdade, é necessário saber de todos os lados
Pra que a mesma seja inteira.
Mas para o pássaro, não era tão simples assim.
O simples bater de asas engatilhava a memória da caída
De noites mal dormidas e
A sensação de impotência.
O desastre, agora, vivia em sua cabeça.
E o "Denovo não" era o suficiente
Pra parar e guardar
Aquelas asas novamente no mesmo lugar.
Era infinitamente doloroso
Ver um ser com tanto potêncial
Negar o propósito de si mesmo
Por conta de acidentes passados.

Mikio



No comments:

Post a Comment