Quando estou
parado na rua,
O ponto está
lá.
Relembrando nossos
momentos,
Revivendo tais
sentimentos...
Como fugir? —
Não há.
Daquela
noite eu me lembro,
Do nosso
toque sagrado,
Do céu olhando-nos,
apático,
Enquanto nos
despedíamos.
Eu tinha em
mim que era a hora,
E você não
se mostrou diferente.
Era o ponto.
Vamos admitir:
— Aquilo foi
bom para a gente.
Guardado
está em minha memória
O gosto, o
sabor, o gesto.
Eu quis
fazer a nossa história,
Não era o certo?
Não culpe-me, lhe peço.
Não me arrependo.
Repetiria o
procedimento.
A vida é
curta.
Não há tempo
para o lamento.
Pegaria outra
vez em sua mão,
Correria com
você para o mesmo lugar,
De frente
para a rua outra vez,
No ponto a ficar,
se amar, e se amar...
Repetiria os
mesmos sorrisos,
Voltaria a
dizer as mesmas palavras,
E
acreditaria que fosse real,
E não apenas
um conto de fadas.
Digo o que
sinto. Ponto.
Não minto.
Você
acreditou antes,
Por que não
acreditar agora?
— Porque
agora mudamos de pontos...
Não pegamos mais
ônibus no mesmo lugar.
O certo é
que a lembrança fica,
Continua
dentro de nós, a nos perturbar...
“Aquela
noite nunca mais se repetirá”
“Aquela
noite nunca mais se repetirá”
“Aquele
beijo nunca mais se repetirá...”
Mas ainda
espero sair de casa em paz
Parar na
calçada, em um dia ensolarado
E não ter mais
de me lembrar do passado,
De quem eu
era quando estava ao seu lado.
Só me resta
a esperança de parar no mesmo ponto,
Lembrar-me
daquele beijo,
Mas não mais
sentir a necessidade de tê-lo outra vez.
[Felipe Ferreira]
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