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Wednesday, 12 August 2015

Outrora



Ah, meu amor...
Você me amava, me valorizava, o que houve?
— Não houve. Não houve nada.
E, eu, burra, o idolatrava.
Ah, meu amor...
Você estava sempre comigo,
Era, além de tudo, meu melhor amigo,
E de repente tudo acabou, e o que restou?
— Lembranças, marcas, memórias machucadas...
Ah, meu amor...
Você era único e eu acreditava,
De noite, acordada, eu sonhava,
Com nosso casamento, com nossos filhos, você e eu,
E eu sendo amada.
Ah, meu amor...
Para mim você era o melhor,
Você nunca me abandonaria, nunca me deixaria,
Falavam, mas meus sentimentos desacreditavam,
Você seria para sempre meu, e eu para sempre sua,
Todos os vizinhos veriam como éramos felizes,
Andando de mãos dadas pela rua.
Ah, meu amor...
Você me fazia sempre rir,
Foi quem me ensinou a gargalhar,
Colocava-me para cima, me animava
E, eu, nunca acreditava que um dia me faria chorar.
Ah, meu amor...
Você estava sempre presente,
E eu já sonhava envelhecer ao seu lado,
Mas de repente você se fez ausente,
E eu me vi sozinha, no caminho errado,
Sem ter pra onde ir, e no coração apertado
Veio o sentimento amargo.
— E agora?
Ah, meu amor...
Por que ainda o chamo de amor?
Não restam dúvidas de que o amor era só meu,
E todo sentimento que ainda tinha por mim já acabou.


Anna F. Margo

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