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Friday, 11 September 2015

Solilóquio



É de noite,
desculpa. mas você me perguntou
como a minha solidão se comporta
não é uma realidade bruta e morta.
ela tem vida.
abraço uma ilha rasa e isolada,
isolada em si mesma.
nela abrigo um triste farol e
um melancólico cais
que vive se indagando
será que o navio que zarpou
terá lembranças desse pequeno cais?
tão imerso nessa solidão
afasto o avanço do mar que tenta engolir
minha pequena ilha.
todos os dias.
agora talvez seja tarde
me tornei o escuro da noite.
minha força mora na solidão.
minha solidão criou forma
já houveram tantas outras.
permitir que alguém mergulhe nesse mar?
meu pensamento vagueia.
isso é tudo o que você, moço, cultiva no peito
aproximo-me da noite
solidão é quando nos perdemos.
chega ai, carinha. deixa eu preencher o vazio
nesse viver
não deixa o frio tocar teu rosto.

mas é.
Confundo a vida
ser um longa-metragem
e meus olhos entristecidos
vão acostumando
à escuridão
e brindam
ao vazio.
decepção proporcional
à expectativa.

[Bruno Pauli]

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