Meu balão em Poesia

Meu coração de menino a pulsar
E minhas mãos a brincar...
Eterno êxtase envolvente! 
Eternos os elementos que em mim guardarei!
Papel, cola, arame, algodão e parafina...

Meus riscos tortos entre gomos retos,
Meus cortes retos entre gomos tortos!
Meus chapeis chineses ardentes rodopiam bailando no ar...
Minhas caixas de surpresas reluzentes pairando no céu,
E meus olhos cedentes lacrimejantes fixos a sentir!

Eu, homem, criança, velho, imaturo em tanta maturidade...
Me deixei perder entre delírios,
Delírios de fogo...
Eu, homem, criança, velho, imaturo em tanta maturidade...
Me deixo e me perco com alegria entre plásticos,
Delírios de calor solar...

O céu é a expansão plena da alma,
Ali fica a saudade, o amor, alegrias e tristezas
A alegria da vinda e a dor da partida!
No céu eu encontro meu refugio,
E me faço menino outra vez...
No céu, explano todos meus sentimentos em pedaços de papel,
No céu encontro meu refugio...

Hoje somente acredito no amor que ainda irá renascer em cada coração,
Amor que vai crescer
Vai arder nos céus
Vai se solidificar em cada poesia transformada em balão!

[Samuel M. Pinheiro]