Vi pelo vidro rachado de uma lanchonete vazia
Uma silhueta,
Uma silhueta que me perseguia.
Eu via um desânimo habitual
Um desânimo de fim de dia.
Caminhei
Em direção a uma velha conhecida
Uma ponte, antiga.
Que me fazia companhia.
Com uma corda em seus ombros
Despovoada, era vazia.
Em pasmaceira.
Estiquei o pescoço e contemplei
Um trem atravessando as nuvens,
Sua presteza me mostrou nos céus
Um belo nascer do sol...
Vi pelo vazio
A cidade colorida pelo dia
Afrouxou no pescoço.
O corpo, em um salto. Saltaria.
Balançava, balançava,
Balançava. Ventania.
Lá do alto eu via
A silhueta que fugia.
Instantes inefáveis
Surgiam. Surgiria.
O corpo tremia
Balançava, balançava,
Balançava, ventania.
O corpo, duro. Duraria.
Balançava. Balançava.
Balançava ventania.
[Bruno Pauli]
No comments:
Post a Comment