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Wednesday, 28 October 2015

Amor Proibido (IV)





Queria escrever alguma história.
Tentei pela manhã e nada,
Foram várias folhas amassadas
Que foram se amontoando na calçada.
Lembrei-me de nós dois no parque,
Correndo na grama, entre as árvores.
Lembrei-me do teu sorriso.
Teu sorriso me dava forças para continuar.
Escrever não é uma tarefa fácil,
Não é apenas sentar e trabalhar;
Escrever é um pouco mais complicado,
E se você não estiver do meu lado,
Sinceramente, não sei se vai dar.
Por isso saí de casa à tarde,
Com papel e caneta na mão:
Queria porque queria encontrar minha inspiração.
Quando te vi, e olhei nos teus olhos,
Logo senti,
Aquela vontade absurda de pegar as palavras,
Juntá-las e fazer a magia.
Ali, com você, descobri
Quão fácil seria,
Desenhar, escrever, ou compor.
Percebi agora, tão longe de casa,
Que há uma única história que importa:
A que eu quero escrever ao seu lado.
Peguei minha folha em branco
Que aos poucos se enchiam de rabiscos:
Seus cachos, suas risadas,
Nós dois, na grama, de mãos dadas;
O som de sua voz, o timbre do violão,
O meu olhar acompanhando, com emoção;
O seu cheiro, sua pele, sua cor,
O seu jeito, sua forma e sabor;
Nossa amizade, nosso carinho, nossa alegria,
A felicidade, nosso cantinho e nossa poesia.
Estagnado, contemplei o céu,
E sorri por um curto período de tempo:
A tranquilidade se esvaiu de meu ser,
Enquanto eu pensava por um momento.
Olhei novamente para o papel:
Eram apenas rabiscos.
Não havia como adentrar em tais riscos.
Tive medo. Medo como nunca tive antes,
Medo de um dia acordar,
E já não me lembrar do teu riso,
Já não me lembrar dos teus olhos,
E de me esquecer de tais versos.
Perder tuas memórias
Passou a ser meu maior pesadelo.
Um pesadelo que não quero ter de viver...
Pois você é de outro mundo,
Um mundo ao qual desejo desesperadamente pertencer.

[Felipe Ferreira]

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