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Sunday, 25 October 2015

Amor Proibido (III)



A noite cai vagarosamente.
Seu olhar e seu sorriso ainda são os mesmos.
É sexta-feira.
O tempo não acompanha o vento,
E meu coração, ainda turbulento,
Não sabe o que faz...
Se observa, se afasta,
Se se aproxima, se diz.
Prendo a respiração.
Talvez, se não houver mais ar,
Ela pare de fazer com que eu perca o fôlego.
Quero ir embora mas algo me prende
E mantém meus pés ao chão.
Vez ou outra pergunto:
— O que faço aqui?
E só ouço as batidas do meu coração,
Me dizendo que devo ficar.
Ao contrário de minha razão,
Que diz que não posso continuar,
Que devo ir embora,
Procurar outro alguém para amar...
Não sei se consigo.
Nossos olhares se encontram
E sinto de perto o perigo.
E eu me entrego, me rendo, revelo o que sinto.
Mas ela não percebe,
Ou finge não perceber.
Não aguento mais.
Levanto-me,
Prendo-a em meus braços.
— Você não vai embora,
Eu não vou deixar.
Mas ela me diz tristemente
Que mora do outro lado...
— Não se preocupe, eu vou voltar.
E lembro-me, de repente,
De onde ela vem... De quem ela é...
De quem somos...
Simplesmente amigos.
Solto-a subitamente.
Devo deixá-la ir...
Não sei como pude me esquecer...
Afinal, ela é de outro mundo,
Um mundo ao qual não posso pertencer.


[Felipe Ferreira] 
 

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