Entrada para
as possibilidades.
Doce
esperança. A janela se abria para o mar.
O sol
adentrava no quarto, espalhava-se pela sala.
Em cada
canto, em cada lugar... A garota esperava.
— Não vou
embora. Vou ficar.
Ela esperava
o seu príncipe. Esperava o seu amor.
Aqueles
cavaleiros, aqueles heróis...
E ela, como uma
donzela em perigo, só precisava de um abrigo.
De um
protetor!
— Você vem,
não vem? — ela perguntou.
— Eu vou.
Mas o sol já
ia se pôr. O último pássaro na noite voou. E nada.
Como sair
pelo mundo afora? Como se aventurar sem um amor?
A última luz
da casa se apagou.
— Cansei.
O sol
novamente raiou. Era um novo dia. Sua consciência dizia:
— Vai mesmo assim
desistir?
Assim como,
menina? Deus sabe o quanto essa garota se esforçou.
— Eu vou.
A garota
abriu a janela, se curvou.
Era
lindamente alto dali de cima.
Ela olhou
para trás, para o seu passado sombrio. Havia medo...
Daria uma
boa queda.
Quem se
importaria com ela? Ele não viria...
E a pobre
donzela? Não tardaria... Morreria.
Sem
protagonistas de filmes ou novelas, a garota vivia no mundo real.
— Não existem
príncipes encantados, minha filha.
Era o que
sua mãe sempre dizia.
Para que
viver então? Para sofrer de amor? Sonhar com aquele que nunca voltou?
Por que
existir sorrisos, senão para sorrir?
Olhares só
servem para atrair... E trair.
Mentira não
é apenas mentir. Não confie.
— Cansei.
A garota deu
mais um passo.
— Se você
cair, eu vou junto.
Seus
pensamentos estavam com ela. Não queriam se perder para sempre.
— Está mesmo
desistindo do amor?
— O amor não
existe.
— Como pode
ter tanta certeza?
— Eles são
todos iguais...
Mentira. Ela
não podia saber. Havia sido ele apenas o primeiro.
— Não dá
mais.
— Dá sim.
Entretanto,
já era tarde.
O sol já não
raiava com tanta força.
Suas pernas
pararam de tremer.
O medo a
deixou.
E a garota,
com toda força de vontade,
Pulou.
Ela,
Como
Nunca
Antes,
Voou.
Ela,
Como
Nunca
Antes,
Voou.
Felipe Ferreira
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