Meu Coração e minha Razão estão tendo uma conversa muito séria neste
instante.
A Razão, sentada à sua mesa, em seu escritório, analisa todos os
documentos que tem em mãos. O Coração está sentado à sua frente, esperando...
— E então? — o Coração pergunta.
— Temos um problema sério aqui... Não sabemos se estamos apaixonados,
se é apenas algo passageiro ou se essa é o tipo de garota com quem queremos nos
casar... Faz quanto tempo que estamos com esses sintomas?
— Há um pouco mais de um mês.
— E ainda estamos assim?
O Coração fica aflito.
— É muito grave?
A Razão dá um grande suspiro, ainda analisando os papéis sobre a mesa.
— Pelo que vejo aqui, já deveríamos saber o que estamos sentindo...
— Mas por que essa incerteza?
A Razão vai até a gaveta mais próxima, retira uma pasta e começa a analisá-la
com calma.
— Hum... Aqui está.
— O que foi? — o coração indaga, assustado.
— Aqui estão nossas lembranças... Nossas últimas experiências sobre
esse mesmo assunto não foram nada boas. Por isso estamos tentando fugir de
tudo. Por isso não queremos uma resposta. A verdade é que estamos com dúvidas
sobre o amor.
— Mas nós a amamos, não é?
— Por que acha isso, Coração?
— Eu sempre fico acelerado quando a vejo, ou quando falo com
ela... e eu quase paro de funcionar
quando a gente se abraça.
— Ok... Mas eu não sinto nada disso.
— Nada?
— Nadinha! Então não. Não pode ser amor.
— Mas eu sinto que é com ela com quem devemos ficar. Toda vez que ela
sorri para mim ou me olha com aqueles olhinhos lindos e fofos, eu fico maluco!!
— Ok... Mas eu não.
O Coração se indigna:
— Como não?!
— Não sei. Aliás, não sei de nada. Aliás, só sei que nada sei.
O coração tenta se acalmar. Quando consegue, faz a pergunta que tanto o
incomoda:
— O que você sente, então?
A Razão para de analisar os papéis sobre a mesa e resolve falar tudo
sem rodeios, ser direta ao ponto, para não deixar nenhuma dúvida no ar.
— Sinto que não dará certo e que deveríamos esquecê-la agora, pois se
ficarmos adiando, será muito pior para nós dois.
— Mas esquecê-la sem ao menos tentar? Razão, você não está pensando
direito!
— Não, você não está entendendo, Coração... Sou eu que penso aqui.
— Não podemos fazer isso! Temos que tentar!
— Eu já disse: Sinto que não dará certo. Ela nunca nos corresponderá,
coloque isso na sua cabeça! E eu não estou a fim de perder essa amizade, tão
boa que construímos até aqui.
O Coração, não acreditando no que acaba de ouvir, explode de raiva.
— Não importa o que você diga, estou nem aí! Eu vou continuar batendo
cada vez mais rápido quando vê-la.
— Não pode fazer isso! Não me desobedeça, Coração, será melhor para nós
dois.
— Você não manda em mim!
A Razão abriu a boca para retrucar, mas não havia nada para rebater. Só
restava concordar com ele.
Hoje, quando acordei, decidi fazer um café da manhã.
Não aquele, cotidiano, chato, fraco. O café da manhã.
Pensei comigo mesmo: como seria esse café da manhã?
Não tive respostas.
Parti para o improviso. Ao avistar o Toddy, passou-me a ideia mais insana que já tive: e se, por apenas um dia, eu usasse duas colheres rasas de Toddy ao invés de apenas uma?
Nunca ousei. Ninguém ousa usar duas colheres do doce achocolatado em apenas um copo de leite.
Ousaria, eu, passar a risca?
Quem mais, neste mundo, teria a ousadia de fazer isso?
A resposta veio clara em minha mente, apenas uma pessoa: eu.
Foi quando tomei todas as atitudes necessárias pra que a minha criação viesse à realidade.
Copo médio de vidro. 250mls de leite integral. DUAS colheres de achocolatado.
Fiz a mistura e a fiz criar vida, fazendo movimentos rotativos com uma colher de sopa.
Lágrimas caiam do meu rosto ao ver que eu havia sucedido no experimento.
Ao beber, notei extrema doçura em um copo único de leite.
Enjoei.
Joguei Fora.
Prefiro me perder em ”desconceitos”
Prefiro me perder desconexo
Prefiro me perder...
Em você!
Deixa eu me perder !
Me perder nesses belos olhos verdes
Deixa eu me perder nas curvas de sua boca,
Me perder!
Posso viajar na sua loucura,
Me fazer sã em sua sanidade...
Me fazer alegre no teu sorriso,
Na tua tristeza tirar um riso
No teu choro me fazer rio...?
Deixa eu deitar no teu peito,
Escutar teu silencio
E sentir teu coração bater
Pulsar, e me fazer pulsar...?
Afague suas mãos em meus cabelos
Afague meu rosto
Afague meu gosto
Afague minha vida!
Ah, menina...
Como é que pode
Tanto os teus olhos
Quanto o teu sorriso
Me fazerem sentir o que sinto?
Não importa o que falem,
Não importa o que digam,
Eu não ligo.
Estou nem aí para eles.
A inveja deles me irritam.
Coitados! Olhe só para eles,
Ficam ainda mais irritados
Quando veem você comigo.
Nós dois causamos muita inveja.
Eu sei, eu sei...
Talvez porque poucos possam saber
O que é que estou sentindo.
Um sentimento indescritível
Que talvez eles nunca experimentarão.
Coitados! Olhe só para eles.
O que é que tem estar por você apaixonado?
Afinal, não é todo amor que começa de uma amizade?
Não acho que seja um pecado,
mas muito pelo contrário,
Acho que é de Deus. Um amor de verdade.
Se Ele colocou você em meu caminho,
Não pode ter sido por pura coincidência,
Ele sabe muito bem o que faz,
Com toda Sua onipotência.
Aqui abro meu coração
Sou menino
Sou pequeno...
Meus pequenos passos tortos
Ando,
Por essa vida toda desregulada.
Minha barba cresce todo dia
Ainda sou menino
Ainda sou pequeno
Meus passos, agora mais largos,
Ainda continuo nessa vida toda desregulada...
Os compromissos me impedem
Fecham minha criatividade
Me colocam entre pontos;
“Ponto A e ponto B”
E sempre com o aviso:
Não exceda seu limite!
Sinto dor ao caminhar...
Ainda sou menino
Ainda sou pequeno
Ainda sonho em voar!
Tempo livre,
Vou por meu cérebro pra brincar
Vou fazer pipa, que papai tanto gostou de me ensinar
Vou fazer vida,
Onde papai tanto gostou de me ensinar a voar
Sorrir e fazê-la voar!
Sou Felipe Ferreira, autor do livro "O que escrevi sobre ela". Criei esse espaço para compartilhar alguns dos meus textos, minhas ideias e futuros projetos. Desfrute da sua imaginação e sinta-se em casa.